quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Qual a diferença entre Ciências Sociais e Serviço Social?

Olá! Percebi que em muitas coisas a área de Ciências Sociais é bem parecida com a de Serviço Social. Gostaria de saber quais são as diferenças entre elas.


O foco de atuação das duas profissões é diferente, apesar da denominação parecida.
A graduação em Ciências Sociais forma o profissional que se dirige à pesquisa e desenvolvimento de novos conhecimentos relacionados ao funcionamento da sociedade, ou seja, à compreensão da dinâmica de grupos, organizações e instituições sociais. Pesquisa e analisa aspectos políticos, econômicos, culturais, próprios a cada sociedade.
O cientista social escolhe uma entre três habilitações possíveis: Sociologia, Ciências Políticas e Antropologia. Há também áreas específicas nas quais pode se especializar, tais como: sociologia da educação, das relações de gênero, do trabalho, da violência, questões indígenas etc.O assistente social, formado pelo curso de Serviço Social, tem como objetivo amparar pessoas que de alguma forma não tem total acesso à cidadania, ajudando-os a resolver problemas ligados a educação, habitação, emprego, saúde. É uma profissão de cunho assistencial, ou seja, voltada para a promoção do bem-estar físico, psicológico.
Este profissional pode trabalhar em empresas privadas, órgãos públicos e ONGs orientando e acompanhando pessoas e desenvolvendo programas de assistência. Analise as grades curriculares dos dois cursos em sites de Universidades e investigue perspectivas de mercado e remuneração (como pelo site


segunda-feira, 23 de novembro de 2015

O método sociológico de Durkheim


Durkheim parte da idéia fundamental de Comte de que a sociedade deve ser vista como um organismo vivo. Também concordava com o pressuposto de que as sociedades apenas se mantém coesas quando de alguma forma compartilham sentimentos e crenças comuns. Entretanto critica Comte na sua perspectiva evolucionista, pois entende que os povos que sucedem os anteriores não necessariamente são superiores, apenas são diferentes em sua estrutura, seus valores, seus conhecimentos, sua forma organizacional. Entende que a seqüência das sociedades adapta-se melhor a semelhança de uma árvore cujos ramos se orientam em sentidos opostos que uma linha geométrica evolucionista. Também Spencer foi alvo de críticas porquanto Durkheim que, de forma geral, estendeu esta crítica a uma série de outros pensadores. Segundo Durkheim muitos sociólogos trabalhavam não sobre o objeto em si, mas de acordo com a idéia pré-estabelecida acerca do fenômeno. Assim, ele entendia que a perspectiva de analise de Spencer não definia sociedade e sim contemplava sua visão particular de como efetivamente eram as sociedades. Também ponderou como ser possível encontrar a fórmula suprema da vida social quando ainda ignorava-se as diferentes espécies de sociedades, suas principais funções e suas leis. Como então empreender-se em um estudo da evolução das mesmas quando não se sabe exatamente o que são e a que vieram.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

A questão das drogas e o Serviço Social


Nas últimas décadas, o Serviço Social brasileiro experimentou um processo de renovação teórica e ético-política, assumindo o compromisso com a defesa dos direitos de cidadania da classe trabalhadora, sob orientação de um projeto profissional crítico. Esse projeto profissional manifesta a visão de mundo, o ethos da categoria profissional, que reivindica a construção de uma nova ordem societária. Portanto, além da dimensão profissional, este projeto é eminentemente político.
Desde a sua gênese os (as) assistentes sociais se deparam com o enfrentamento à questão das drogas. Na cena contemporânea, esta temática passa a ser pauta relevante novamente na profissão, sobretudo, a partir do contexto dos megaeventos assumidos pelo Brasil e, consequentemente, o avanço das funções penais do Estado com estratégia prioritária de enfrentamento à questão social. Aliado a este processo, a disseminação do crack e outras drogas, principalmente nos setores populares, tem sido tema de interesse e disputa de vários setores da sociedade.
Ganham evidência propostas com claro objetivo de criminalização dos pobres e de higienização das cidades para receberem os grandes eventos. Há hoje um avanço do conservadorismo moralizador na sociedade brasileira, expresso nas recentes propostas regressivas, de cunho punitivo no campo dos comportamentos considerados impróprios e desviantes, mas com certo apoio popular, a exemplo da defesa da redução da maior idade penal e da internação compulsória.
Tais proposições são permeáveis à categoria profissional, tanto porque fazem parte das trajetórias anteriores dos sujeitos profissionais antes da formação e do exercício profissional, como se apresentam a partir das demandas institucionais que reclamam uma resposta imediata.
Temos percebido uma adesão por parte da categoria profissional ao discurso superficial e moralizador que defendem respostas fáceis e imediatas para questões extremamente complexas em tempos de barbárie, de crise do capital e acirramento das expressões da questão social como a violência, a criminalidade e a questão das drogas.
No seio da categoria profissional, nossas entidades representativas, principalmente, o Conjunto Conselho Federal de Serviço Social (Cfess) e Conselho Regional de Serviço Social (Cress) tem tido uma postura protagonista na defesa dos direitos humanos, de crítica ao proibicionismo e de denúncia dos processos de criminalização da pobreza e dos movimentos sociais.
Um dos maiores desafios postos ao Serviço Social é garantir a continuidade da direção social e política a esta profissão, que tem como tarefa principal, a luta pela garantia de direitos, tendo como horizonte estratégico a defesa de uma sociedade substantivamente justa, igual e solidária. Pátria livre, sempre!

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

As expressões

O papelão
Serve como colchão
O jornal é o coberto
A pinga alivia a o frio

Corpos humano mutuado
Como pilha de lixo
Entregue a própria sorte
A espera da morte

As expressões da Questão Social
Vem a tona
Fome, violência e analfabetismo
Causada pelo antagnismo capital×trabalho

O capitalismo selvagem
Impondo as suas regras
Abrindo um abismo entre as classes
E quem mais sofre são
Os Afros descendentes

sábado, 26 de setembro de 2015

Aspectos psicossociais da mobilização social

Aspectos psicossociais da mobilização socialEditar

Segundo a psicóloga social Jaqueline Gomes de Jesus, as mobilizações sociais, expressas na forma de marchas, paradas ou ocupações, podem ser entendidas como ritos, formas de comunicação simbólica que se utilizam de metáforas para romperem temporariamente com a rotina e reconstruírem identidades e papéis sociais, sendo, desse modo, fundamentadas em aspectos psicossociais, e não apenas políticos: "as pessoas se organizam em grupos e protestam em nome de uma causa comum, muitas vezes sacrificando seu conforto pessoal, por várias razões, que podem estar fundamentadas em diferentes fatores, entre eles: sentimento de injustiçaeficácia de grupoidentidade socialafetividade" (Jesus, 2012, p. 169)[9] .
Sentimento de injustiça
As pessoas têm maior predisposição para se mobilizarem socialmente quando sentem que estão contribuindo mais para a sociedade do que o que recebem dela e, se perdem a crença de que não podem controlar a situação.
Eficácia de grupo
As pessoas têm maior predisposição para se mobilizarem socialmente quando acreditam na capacidade do grupo que se mobiliza em realizar seus projetos, mesmo que ainda sintam descrença na eficiência da estrutura política, o que se chama de "cinismo político".
Identidade social
As pessoas têm maior predisposição para se mobilizarem socialmente quando passam a perceber que fazem parte de algum grupo social, o que, por solidariedade, estimula-os a defenderem politicamente as causas do grupo com o qual se identifica.
Afetividade
As pessoas têm maior predisposição para se mobilizarem socialmente quando têm uma forte reação afetivo-atitudinal frente a uma determinada situação que as afeta ou a um outro grupo social com cujas causas elas se identificam.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Trabalho e Sociabilidade


                                                                               
                                   
Professor: Antonio Jorge Salvador, Bahia
2012

1º Equipe – Algumas teses sobre o presente (e o futuro) do trabalho.
Nesta aula dialogada podemos entender que devido às mudanças que ocorreram  no mundo da produção e do trabalho, nas últimas décadas do século XX, tornou—se freqüente falar em “desaparição do trabalho.
Ex- (Dominique Méda, 1997), em substituição da esfera do trabalho pela “esfera comunicacional” (Habermas, 1991 e 1992), em “perda de centralidade da categoria trabalho” (Off, 1989), em “fim do trabalho”
Podemos ver algumas teses que se contrapõem as idéias defendidas pelos autores acima mencionados e que o nosso grande desafio é compreender a nova morfologia do trabalho e temos que nos adaptarmos na nova realidade e transformações no mundo do trabalho contemporâneo, o saber cientifico e o saber laboratico  mesclam-se ainda mais diretamente, as maquinas inteligentes podem substituir em grande quantidade, mas na podem extinguir e eliminar definitivamente o trabalho vivo e tem trabalho que não podem ser substituídos pela maquinas.

Tempo do trabalho no Brasil e no mundo globalizado.

O tempo de trabalho constitui uma temática clássica dos estudos a respeito da organização capitalista do processo de trabalho, e a sua regulamentação, nas palavras de Dal Rosso (1996), seria a "espada que corta" as relações entre empresários e trabalhadores. Muitos estudos já demonstraram, reiteradamente, o papel decisivo das jornadas heróicas de 1978-80, movidas basicamente por reivindicações salariais e pela melhoria das condições de trabalho, no alargamento dos direitos sociais e políticos na sociedade. Nessa medida nos ousaríamos a firmar que os novos arranjos da jornada de trabalho são incentivados nem tanto como instrumentos para a superação do problema ocupacional, mas pelo contrário, se baseiam em novas preferências quanto ao tempo de trabalho.
A redução da jornada de trabalho não se relaciona apenas com a temática do emprego, mas suscita uma reflexão mais abrangente na qual se incluiria a questão da reapropriação e controle, por parte de quem vende força de trabalho, dos tempos destinados ao trabalho

2º Equipe - As Perspectivas do trabalho na economia moderna.        

Deixou claro que o trabalho tem passado por profundas transformações ao longo da historia da civilização, durante o primeiro milênio, o trabalho.

3º Equipe – Trabalho e Consumo

A equipe versou sobre a estrutura econômica capitalista contemporânea, consumir passa a ser a extensão do trabalho, ou seja, o que o trabalhador ganha volta para as mãos do capitalismo. Assim se devolve o que se ganhou para o próprio empresário.
O combustível que aumenta todo este sistema mercadológico é a mercantilização da cultura, isto é, a nossa prerrogativa parte di principio de que o trabalho não se restringe mais há algumas horas dentro de uma fabrica, e sim incorpora as suas diversas extensões de consumo como shopping, restaurantes, academias de ginásticas, clube e etc.
E com todo aparato tecnológico, internet, multimídia, realidade virtual etc., o processo de mercantilização da cultura é facilitado em escala global. Forçam-se estilos de vidas, mundos, fantasias, sonhos, para estimular os indivíduos ao trabalho e ao consumo. O desafio é pensarmos o trabalho e o consumo de maneira ética e responsável.
Na ultima década o mercado de trabalho foi difícil para todos no Brasil, e os mais prejudicados foram os jovens, a oferta educacional, tomada como componente isolado de ação social, é estratégia insuficiente para conter a exploração do desemprego nas faixas não estava associada ao exercício da cidadania, tudo isso porque o capitalismo passa por um período histórico singular.
Sabe-se hoje que capacidade de gerar uma maior ou menor quantidade de posto de trabalho não depende só do grau de expansão de cada país, mas do padrão de desenvolvimento econômico. Um novo modelo de produção ou o novo conceito de produção, implica uma outra modalidade de organização da produção e do trabalho e uma outra lógica de utilização da força de trabalho em comparação com o Taylorismo e o Fordismo. Apesar de o fenômeno apresentar profundas desigualdades, ele é suficientemente constante para apresentar efeitos dramáticos no campo da empregabilidade em nosso país. Reverter o quadro de precarização do trabalho como forma de ampliar a lucratividade diminuir a jornada de trabalho como forma de garantir mais tempo livro para o trabalhador e a formulação de políticas publicas  que garantam o bem estar social (exatamente o contrário do que se faz hoje) é uma saída que procura privilegiar o ser humano em detrimento do capital.
Faixa etária entre 15 e 24 anos imagina que o roteiro educacional basta para garantir a inserção no mercado de trabalho, pois o mercado de trabalho prefere pessoas com experiências.
O primeiro emprego é exemplo importante desse tipo de estratégia por enquanto, o discurso da suficiência da escolaridade formal como rota de inserção de jovens no mundo do trabalho e dá a esse jovem na vida profissional. Ainda é sensivelmente dominante, apesar dos preocupantes resultados registrados pelos dados do IBGE.

4º Equipe – Gestão de pessoas e os impactos ma geração de conhecimento e inovação tecnológica nos países emergentes.

É valido ressaltar que embora haja avanços em termos de organização do trabalho principalmente dos decorrentes das inovações tecnológicas os gestores estão subestimando a capacidade das pessoas envolvidas nos processos. Há necessidade premente da área de gestão assumir esse papel de liberar o desenvolvimento de novas competências, fazendo com que as empresas aos desafios.
Segundo Drucker (1992) o segredo das empresas bem sucedidas no mundo desenvolvido tem sido o fato de que baseiam seus planos e suas políticas em aproveitar-se das mudanças da economia mundial como oportunidade.  As micro e pequenas porte são as maiores geradoras de empregos no Brasil, para essas estáticas de uma boa parte delas fecham em dois anos. Como base em abordagem que estabelecem limite para tal manifestação num contexto globalizado e competitivo, o estudo permitiu concluir que a manifestação do espírito empreendedor tende a ser mais efetiva quando as organizações contarem com condições favoráveis de desenvolvimento; a vulnerabilidade das empresas de pequeno porte é real e crescente em contexto globalizado; a ausência de políticas publicas de apoio tende a agravar essa situação.

5º Equipe - O trabalho ideologicamente retratado. ”A intermediação patronal e autoritária do conflito social pela grande imprensa”

A equipe desenvolveu de maneira clara e objetiva o conteúdo ao longo da apresentação, buscando por meio de recortes de jornais, pesquisas pela internet levar aos colegas o conhecimento dos pontos mais importantes e atuais do tema proposto, no qual levantou de forma positiva um grande debate através dos pontos abordados bastante participativo pela equipe e toda a classe, o que fez com que a apresentação elevasse ainda melhor o nível e o aproveitamento, levando a um aumento do leque de conhecimento de todos.
Dentre os pontos abordados de forma transparente pela equipe, podemos citar a deslegitimação das greves e dos grevistas, nesse ponto a uma clara divisão e variação da imprensa sobre o movimento grevista, as vontades das categorias, ainda mostra a força patronal e forma um intenso debate em torno da greve ser ou não direito, quando o assunto greve é visto do ponto de vista democrático todos concorda que a greve tem seu direito de existência, já vista do ponto de vista financeiro ambos se encontram de lados opostos, ela a greve é vista como fator negativo para parte da sociedade.
A equipe dentro do tema abordado ainda faz referências importantes e impactantes citando momento atuais, dando como exemplo maior o atual cenário da educação em nosso estado, a mais de sessenta dias em greve, a greve na educação nos mostra um quadro cada vez mais freqüente quando o assunto é greve, se vem logo à pergunta quem esta certo, deve ou não haver greve e de que forma essa greve tem que ser feita, quais o dispositivos atuais que a lei tem hoje efeito sobre o direto de greve ou não, quais seus limites a quem recorrer, a resposta não se sabe direito mais o que ficou bastante claro na apresentação é que quem mais sofre e paga por toda a greve são a grande maioria da sociedade, que além de pagar muitos impostos vem seus diretos básicos como aqui no caso a é educação sendo destruídos.
A equipe fez um seminário muito objetivo, transparente, trouxe o tema para um nível bastante proveitoso o que proporcionou uma reflexão sobre a atual democracia, nossos direitos, o poder da greve, dos movimentos e o preço que a maior parte da sociedade paga por não escolher bem os seus representantes.  
6º Equipe – A difícil transição: análise das trajetórias ocupacionais de jovens operários metalúrgicos
Desde as discussões de Marx sobre a divisão manufatureira do trabalho e a afirmação da suas teses do empobrecimento do trabalhador em pró do capitalismo em pró do capitalismo, Marx enfatiza o processo de desqualificação dos trabalhadores em decorrência do aprofundamento da divisão do trabalho no capitalismo.
As trajetórias ocupacionais de jovens trabalhadores metalúrgicos, de 18 a 25 anos, bem como seus níveis de escolaridades e as diferentes formas de treinamento e aperfeiçoamento profissionais no contexto das transformações técnicas e organizacionais do trabalho. Tendo como referencias as discussões a respeito da relação educação e trabalho e as analises sobre as trajetórias de transição da juventude para a vida adulta. A Juventude é a fase dourada da vida humana, mas aberta no sentido de aprendizagem e desenvolvimento, é o período que todo o nosso sistema seja físico, mental e social está receptivo a tudo de construtivo que possamos realizar.
Nesta fase, a consciência individual de cada um, fica quase totalmente moldada pelos adultos, como acontecia na infância e começam a emergir as primeiras opiniões pessoais, surgem as primeiras duvidas, reavaliam valores.
A forma como se deu a transição do Banespa para o Santander mostra que não apenas as regras de funcionamentos do mundo do trabalho mudaram. No novo mundo do trabalho um dos grandes desafios é repensar a noção de estabilidade profissional, enquanto o problema que enfrentamos e como organizar as historia de nossas vidas, num capitalismo que nos deixa a deriva.

SERVIÇO SOCIAL NAS ESCOLAS: UM NOVO DESAFIO

Diante das fragilidades que as escolas brasileiras têm apresentado, entende-se que é necessário que o Estado implemente políticas de intervenção em prol de melhorias na educação, focalizando não somente o ensino, mas de que forma este está sendo apreendido pelos alunos e, na presença de dificuldades de apreensão, analisar quais são os motivos e como pode ocorrer a intervenção para solucioná-los.
    No atual cenário do país percebe-se que muitos atos que violam os direitos de crianças e adolescentes têm passado despercebidos e muitos não são considerados por que não existe um olhar investigativo realizado por um profissional para atender a esta demanda. Assim, entende-se que o Assistente Social, enquanto profissional preparado para trabalhar com as expressões da questão social, pode exercer sua profissão no espaço escolar, objetivando emponderar e fortalecer a autonomia das crianças e adolescentes e, também, das suas famílias. Sobre isso Faleiros explica que:
O fortalecimento da autonomia implica o poder viver para si no controle das próprias forças, e de acordo com as próprias referências. [...] A capacitação para assumir e enfrentar a sobrevivência pode ser uma das mediações de fortalecimento dos sujeitos. [...] No processo de autonomia de crianças e adolescentes é preciso desenvolver mediações de uma relação e reação diante da correlação de forças que lhes é desfavorável, e que descamba, não raro, na violência (2010, p. 63).
    Esta perspectiva traz a compreensão de que o Assistente Social deve trabalhar para que os sujeitos dentro das escolas sejam estimulados a refletirem sobre a realidade social a qual eles fazem parte e assim eles sintam-se encorajados a transformá-la, além de acompanhá-los nesse processo preocupando-se em apreender a verdade da realidade dos sujeitos, reconhecendo a complexidade da mesma, fazendo uso de um olhar complexo e não simplificado.
Como bem acentuou Sarita Amaro quando diz que:
O olhar simplificado é um olhar redutor, marcado pela visão atomizada e atomizadora; caracteriza-se por praticar um isolamento mutilante dos fatores que compõem o fenômeno, além de retalhar a compreensão de sua totalidade [...] (2003 p. 36-37).
     Ao identificar que a escola constitui-se um dos espaços de atuação do Assistente Social salienta-se que dentre os princípios éticos fundamentais da profissão pode-se destacar:
Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais; Defesa intransigente dos direitos humanos [...]; Ampliação e consolidação da cidadania [...]; Posicionamento em favor da equidade de justiça social [...]; Empenho na eliminação de todas as formas de preconceitos [...] e Exercício do Serviço Social sem discriminar, nem discriminar por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, opção sexual, idade e condição física (CFESS,1993, p. 23).
     A partir desta análise compreende-se que a formação do profissional de Serviço Social estabelece critérios e caminhos a serem seguidos e que são necessários para o bom funcionamento das escolas, ressaltando que o Assistente Social está apto para também criar estratégias com o intuito de desenvolver nos alunos habilidades para que os mesmos criem formas de enfrentamento dos conflitos que eles vivenciam.
     Destarte, considera-se que a busca pela inserção do Assistente Social nas escolas deve ser constituída, principalmente, por uma prática política, entendendo que o conceito de política, segundo Oliveira, caracteriza-se como:
Atividade humana, está estritamente ligado ao conceito de poder que, para Hobbes, p.e., consistia nos meios adequados à obtenção de qualquer vantagem e, para Russel, como conjunto de meios pelos quais se permitia alcançar os efeitos desejados (2007, p. 20).
    Assim, considera-se que a política perpassa pelas diversas dimensões da vida social, e é extremamente necessária para se alcançar objetivos quer sejam pessoais ou sociais. Nesta perspectiva, o entendimento de todos estes aspectos citados, considerando a complexidade dos mesmos, é o que possibilitará a formulação de propostas de intervenção profissional “em um sentido de ação política, tomando-a como base da possibilidade de transformações, de mudanças, do surgimento do novo” (BAPTISTA, 2006, p.93).
     Deste modo, entende-se que a luta do Assistente Social contra as debilidades da educação no país precisa se fazer notória nos espaços políticos, constituindo-se através de ações mobilizadoras que direcionem os sujeitos e profissionais envolvidos com a educação e representantes políticos a refletirem sobre estas questões, e se unirem nesta luta, entendendo que este projeto defende “a consolidação e ampliação da democracia e dos direitos de cidadania” (CFESS, 1993, p. 34).